terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A composição da tragédia perfeita não deve ser simples e sim complexa e a mesma deve imitar factos que causem temor e/ou compaixão, sendo que a compaixão tem por objecto quem não merece a desdita e o temor visa os que se assemelham a nós. Não se devem representar, portanto, os homens bons a passar da felicidade para a infelicidade, pois tal mudança suscita repulsa e não temor nem piedade; nem os maus a passar da infelicidade para a felicidade, porque uma tal situação é de todas a mais contrária ao trágico e não provoca benevolência, compaixão ou temor; nem tão pouco os muito perversos a resvalar da fortuna para a desgraça, pois poderia despertar simpatia mas não a compaixão nem o temor.
Concluindo, um enredo bem elaborado deve ser simples e deve mudar da prosperidade para a desgraça. Por tudo isto Eurípedes é considerado o mais trágico dos poetas.

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